Quando era pequena, sempre ouvi os meus pais a “alertarem-me”
para não falar dos outros, essencialmente porque também nós temos, telhados de vidro.
Incutiam-me constantemente que, falar já é mau mas, Julgar os outros é ainda
pior, pois como ouvia dizer “Nunca
ninguém conta toda a verdade” e por isso, não sabemos efetivamente as
situações ou razões para uma pessoa ter determinada atitude. Nunca senti que
fosse julgada, até porque nunca me inquietei verdadeiramente com isso.
Ao longo
destes 27 anos, continuo a não me preocupar… Enquanto souber que não fiz mal
nenhum a ninguém, tenho noção plena do princípio existencial do Homem como ser
não perfeito. Há uma coisa que continuo a achar fulcral para não me preocupar
com juízos alheios: ter a consciência limpa e poder dormir em paz comigo mesma
quando me deito. Enquanto isto sobrevir, sei que quaisquer que sejam as
atitudes, foram com a melhor intenção possível.
Contudo, existem pessoas que mais não fazem do que julgar os
outros. Quantas de vocês já sentiram que são alvo de constante atenção, sendo
que esta atenção não é “positiva”, mas sim apenas uma “atenção de curiosidade”?
A verdade é que temos como condição natural do ser humano,
querer saber da vida alheia e isso é indiscutível, até nos melhores humanos. Mas
quando se parte desta fase, para o apontar o dedo às atitudes do outro fazendo
disso uma quase que “especialização social”, algo está mal!
Estes “especializados” em julgar, apontam o dedo aos outros,
mas não se apercebem que têm os seus próprios defeitos. Agem como se fossem os
mais nobres dos comuns mortais, e que tudo o que fazem é com o melhor coração e
a melhor intenção. Ironia: quando se aponta o dedo, que beleza interior terá
numa pessoa? “Não julgues para não serdes
julgados” está a sair de moda e a ajuda ao outro não passa a ser
predominante, passa sim a predominar falar e criticar o que o outro faz. Há que
ter sempre em conta que, as atitudes são muito mais que palavras e que quando
são tomadas, provavelmente terão algum fundamento. Não cabe a mim, a ti, a
ninguém criticá-las, pois somos todos seres humanos iguais, em busca de sucesso
interior e exterior, com um longo caminho de tropeções e vitórias.
Mas para este “julgadores” não… Eles são irrepreensíveis.
Não têm defeitos. Não têm maldade. Não têm erros. São perfeitos! Isto é uma
cultura de massas onde todos vão atrás da vida alheia, mas esquecem-se do
principal: da sua própria vida. E temos todos tantos telhados de vidro, que
nunca deveríamos criticar o outro se soubéssemos que, somos seres errantes até
à morte!
Depois temos dois caminhos: ou vamos por aquele em que não
apontamos o dedo às atitudes e escolhas do próximo e crescemos com os nossos
dramas e alegrias, construindo um caminho para a elevação da nossa
personalidade. Ou então vivemos a vida dos outros, esquecendo a nossa própria
vida e usando o pouco tempo que temos nesta vida, para falar e apontar o dedo
às atitudes do outro.
Até porque a vida dá muitas voltas, e o dedo que hoje me
aponta, amanhã poderá ser o dedo que se aponta a si próprio!
"Coloque-se no lugar do outro antes de julgar atitudes que não coincidem com sua forma de pensar... isso faz amadurecer o sentimento de solidariedade."Duilho Laviola Pedrosa

Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirostuma-se dizer: Quando apontares o dedo a alguém lembra-te que tens os outros dedo apontados para ti!
ResponderExcluirE é bem verdade. Que atire a primeira pedra quem não tiver telhados de vidro..
Mesmo Silvia! Pena nem todos pensarem assim e passarem a vida a apontar o dedo. Se cada um vivesse a sua vida_o mundo era bem melhor! :) Bjinho enorme p ti :)*
ResponderExcluir