quarta-feira, 5 de junho de 2013

Julgar os Outros


Quando era pequena, sempre ouvi os meus pais a “alertarem-me” para não falar dos outros, essencialmente porque também nós temos, telhados de vidro. Incutiam-me constantemente que, falar já é mau mas, Julgar os outros é ainda pior, pois como ouvia dizer “Nunca ninguém conta toda a verdade” e por isso, não sabemos efetivamente as situações ou razões para uma pessoa ter determinada atitude. Nunca senti que fosse julgada, até porque nunca me inquietei verdadeiramente com isso. 

Ao longo destes 27 anos, continuo a não me preocupar… Enquanto souber que não fiz mal nenhum a ninguém, tenho noção plena do princípio existencial do Homem como ser não perfeito. Há uma coisa que continuo a achar fulcral para não me preocupar com juízos alheios: ter a consciência limpa e poder dormir em paz comigo mesma quando me deito. Enquanto isto sobrevir, sei que quaisquer que sejam as atitudes, foram com a melhor intenção possível.

Contudo, existem pessoas que mais não fazem do que julgar os outros. Quantas de vocês já sentiram que são alvo de constante atenção, sendo que esta atenção não é “positiva”, mas sim apenas uma “atenção de curiosidade”?

A verdade é que temos como condição natural do ser humano, querer saber da vida alheia e isso é indiscutível, até nos melhores humanos. Mas quando se parte desta fase, para o apontar o dedo às atitudes do outro fazendo disso uma quase que “especialização social”, algo está mal!

Estes “especializados” em julgar, apontam o dedo aos outros, mas não se apercebem que têm os seus próprios defeitos. Agem como se fossem os mais nobres dos comuns mortais, e que tudo o que fazem é com o melhor coração e a melhor intenção. Ironia: quando se aponta o dedo, que beleza interior terá numa pessoa? “Não julgues para não serdes julgados” está a sair de moda e a ajuda ao outro não passa a ser predominante, passa sim a predominar falar e criticar o que o outro faz. Há que ter sempre em conta que, as atitudes são muito mais que palavras e que quando são tomadas, provavelmente terão algum fundamento. Não cabe a mim, a ti, a ninguém criticá-las, pois somos todos seres humanos iguais, em busca de sucesso interior e exterior, com um longo caminho de tropeções e vitórias.

Mas para este “julgadores” não… Eles são irrepreensíveis. Não têm defeitos. Não têm maldade. Não têm erros. São perfeitos! Isto é uma cultura de massas onde todos vão atrás da vida alheia, mas esquecem-se do principal: da sua própria vida. E temos todos tantos telhados de vidro, que nunca deveríamos criticar o outro se soubéssemos que, somos seres errantes até à morte!

Depois temos dois caminhos: ou vamos por aquele em que não apontamos o dedo às atitudes e escolhas do próximo e crescemos com os nossos dramas e alegrias, construindo um caminho para a elevação da nossa personalidade. Ou então vivemos a vida dos outros, esquecendo a nossa própria vida e usando o pouco tempo que temos nesta vida, para falar e apontar o dedo às atitudes do outro.


Até porque a vida dá muitas voltas, e o dedo que hoje me aponta, amanhã poderá ser o dedo que se aponta a si próprio! 


"Coloque-se no lugar do outro antes de julgar atitudes que não coincidem com sua forma de pensar... isso faz amadurecer o sentimento de solidariedade."Duilho Laviola Pedrosa




3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. ostuma-se dizer: Quando apontares o dedo a alguém lembra-te que tens os outros dedo apontados para ti!

    E é bem verdade. Que atire a primeira pedra quem não tiver telhados de vidro..

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  3. Mesmo Silvia! Pena nem todos pensarem assim e passarem a vida a apontar o dedo. Se cada um vivesse a sua vida_o mundo era bem melhor! :) Bjinho enorme p ti :)*

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