segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Ao Marido "Perfeito" :)




Boa noite princesas!

O dia dos namorados está a chegar! Já sabem a surpresa que vão preparar à vossa cara metade?

A minha cara metade passou de namorado para Marido há relativamente pouco tempo. Mas a verdade é que por ser uma pessoa tão especial achei que deveria ter aqui um cantinho para uma singela e merecida Homenagem!

Já conheci muitas pessoas‚ mas muitas vezes digo que conheci poucas que aliassem beleza exterior com interior! Eu sou suspeita mas a verdade é que encontrei um Marido lindo por fora mas que por dentro tem um coração gigante com tamanha grandiosidade e beleza!

Foi com ele que aprendi que a verdadeira Felicidade está nos pequenos momentos e até nos mais difíceis, porque quando está tudo bem‚ não nos faltam pessoas ao nosso redor!

 Com ele aprendi o verdadeiro significado da palavra Amar com todas as qualidades e defeitos que qualquer pessoa concebe em si própria.

A Humildade dele faz com que eu sinta sempre, um constante e imenso orgulho‚ já que tem tantas razões para se “engrandecer” mas ainda assim consegue ser simples e grande na sua bonita humildade!

 O constante sentido de humor‚ arranca-me diariamente sorrisos, mesmo quando acreditava que não o ia conseguir! A sua falta de interesse por pessoas “vazias”‚ faz-me acabar por sentir o mesmo, e valorizar e querer ter apenas comigo os” grandes” de coração!

A predisposição que tem em ajudar qualquer pessoa sabendo que o bem prevalece sempre‚ faz-me acreditar que o Céu não tem limites e que podemos ser bons mesmo que rememos contra a maré!

O seu Amor constante demonstra-me que amar vai além das coisas fúteis, mostrando que a futilidade leva-nos a um caminho de difícil de retorno pois confunde-se amor com bem-estar!

Ensinou-me que amar verdadeiramente é querer o bem da outra pessoa incondicionalmente‚ independentemente de tudo. Ensinou-me que quem ama só é feliz quando vê a pessoa amada também feliz!

A sua beleza conseguida nas duas “vertentes” faz dele o meu verdadeiro Príncipe! E estas palavras são apenas uma gota no Oceano do que ele representa para mim! Por isso quando li o “Elogio ao Amo puro” de Miguel Esteves Cardoso saboreei aquelas palavras” milimetricamente” já que todas elas estão carregadas se simbolismo.

Obrigada por tudo Maridão lindo!

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”
 Miguel Esteves Cardoso







Elogio do amor puro… (por Miguel Esteves Cardoso)

“Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.

Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.

Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá tudo bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”
 Miguel Esteves Cardoso

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